Creative Director | Icarius De Menezes
Photographer | Claudia Guimarães
Stylists | Giovanni Frasson Alexandra Von Bismark
Make up Artist | Diego Américo
Hair Stylist| Mauro Freire
Image Treatment | Carlos Mesquita
Arguments | Valeria El Horr
Cover Homepage Artwork | Ashour Hermez
 

 
ALL PICS ARCHIVE ICARIVS FASHION SHOW AW 1999 – SÃO PAULO, BRAZIL
 
 


 

Minha marca é meu nome, e a narrativa do meu trabalho esteve sempre em primeira pessoa. Este desfile reflete um trabalho executado em 1999 que falava de quebras de valores, de vida e morte, ou da metáfora de uma “passagem”. Não se trata de egocentrismo, mas de compromisso com minha essência, não construí um personagem, mas mostrei como sou por dentro, sou artista.

Com meu NOME ao fundo, caminha uma modelo crucificada que representou a presença do calvário imposto pelo frenesi do show business, aos que trabalham com moda. A crucificação também significou meu momento de calvário compartilhado com minha mãe, que lutava contra um câncer, e também a fé religiosa que nos amparava pelo caminho.
Aceitar a perda da beleza, da potência de ação impostas pelo CÂNCER, revelam o lado obscuro que a passarela não mostra, mas eu estava lá para lembrar de nossa fragilidade e finitude, marcando os corpos com ARTE.
A bota mumificada tentou lembrar a preservação do espírito, a modelo com traços angelicais, o renascimento de um “Jesus” female, a MULHER que transborda divinizada e nega sua condição de objeto para moda.

A presença do preto e do branco lembravam a morte e a vida após a morte, a luz e a sombra e a esperança de eternidade. Neste desfile deixei morrer o superficial e num mergulho encontrei o profundo e o mostrei, para quem quisesse ver.
 

SANDRA STEUER

 

VON BISMARK

 
Esse desfile marca o trabalho conceitual carregado de arte, que me apresentou como art designer para a Europa. Desconsruindo a negação da velhice , o trabalho promoveu uma conversa entre o divino e o humano, entre o profano e o sacralizado. Provocante, teve a intenção de fazer refletir, reunindo a emoção e a crítica num movimento único. O conteúdo para além da forma foi e continua sendo, a regra básica.
 

SILENE ZEPTERE

 
SILENE ZEPTER (Bette Davis meets Madonna)

Uma das modelos mais representativas dos anos 90 no Brasil, e,m um Brasil dos tempos de CAssia Kiss que expunha seus seios na TV em campanhas contra o CAncer de Mama , no horario nobre da TV brasielira, agradeço pela coragem de ter feito esse top less em defesa da mulher. Em um momento onde eu e minha mãe lutávamos contra o seu Câncer generalizado, e isso tudo era muito significativo.

Quando eu era um designer no Brasil eu tinha uma ideologia: entender o mundo para melhorá -lo. Pra mim não era o produto moda, era um estudo, um LABORATÓRIO CONCEITUAL, cada imagem era uma OBRA DE ARTE.
A moda como INSTRUMENTO e a ARTE como alicerce. Essa IDEOLOGIA faz parte do meu DNA criativo.
Os termos ESPIRITUALIDADE, CIRÚRGIA PLASTICA, CORPO SANTIFICADO, VIDA E MORTE, ENVELHECIMENTO faziam parte de um olhar clínico, quase cirúrgico.
Uma critica à indústria da beleza, subvertendo o seu paradigma estético da beleza.

A nudez dos seios e a cruz presentes no corpo da mulher, representaram a mãe sacra e a mulher do mundo, o sagrado e o profano ao mesmo tempo, que remetem às grandes obras de arte , narrativas do nosso imaginário.
Na época, a imprensa especializada identificou em um modo clichê a imagem da modelo @silenezepter de ”múmia fashion”. A idéia, no entanto, era expressar aspectos da vida que geralmente a moda quer negar, como a perda da beleza e da potência, gerada pela doença. Essa negação dos aspectos da realidade, a serviço da projeção do ideal do EGO. O famoso ideal de beleza.
A mãe suprema que alimenta com seus seios , a Santa Mãe de Deus, Shiva, Yemanjá, presentes naquela mulher de carne e ossos.
 

ALESSANDRA BERRIEL

 
ALESSANDRA BERRIEL, a maga das passarelas brasileiras.

Ela ensinou Gisele Bündchen a caminhar no seu primeiro desfile, fez sonhar vários fashionistas brasileiros que criavam uma estética própria fora de uma era globalizada. Foi uma das cabeças da antiga “Fábrica” convencendo modelos a desfilarem de graça e ajudando a construir o primeiro evento de moda anterior ao calendário da SPFW.
Fez topless em cena, desfilou como diva da alta costura brasileira como musa absoluta dos estilistas expoentes da época.
Sua imagem estampou convites, foi nome de coleção no SPFW (extinta Beneducci) abria desfiles, foi outdoors e vitrines, inúmeros editoriais de Vogue Brasil com sua postura impecável, sofisticada e única…

“Darling de Yoji Yamamoto”, na carreira internacional recusou várias propostas pela família.
Ingressou na política, em 2018, candidata a deputada estadual com foco na cooperação e no empoderamento feminino, ainda hoje é presidente de um partido. Talentosa mãe de dois filhos. ,aconselhada por Chico Xavier, seguiu o caminho espiritual por meio da caridade.
Suas mãos dedicadas, aplicam “reike” nos doentes pobres e necessitados, incorporando a sensibilidade para além do capitalismo.
Vivendo de fazer vidas melhores, BERRIEL tornou-se uma pessoa consciênte de sua função social e espiritual no mundo.

 

ADRIANA RESTLÈ

 

Il casting di questa sfilata rappresenta un gruppo selezionato di donne che ha riscosso un clamoroso successo in Brasile fino alla fine degli anni Novanta, prima del grande boom internazionale delle modelle brasiliani all’inizio del secolo. In questa presentazione si trasmutarono e divennero grigi in un certo senso rappresentavano la rottura dell’arroganza che risiede nella negazione del corso naturale della VITA, una pietra miliare di passaggio per una nuova generazione.
 
Le divinità rappresentate dall’uomo non hanno età, sono TIMELESS, ma la verità è che la saggezza sta nel passare del tempo.

SILVIA PINTOR

 
SILVIA PINTOR, uma Supermodel Made in Brazil nos anos 90

O casting deste desfile representa um grupo seleto de modelos que fizeram um sucesso estrondoso no Brasil até o final dos anos 90, eram as SUPERMODELS brasilieras, antes da globalizaçãa e antes do grande “boom” das modelos brasileiras no início do século. Nesse desfile transmutaram e ficaram grisalhas, o que de certa forma representou a quebra da arrogância que reside na negação do curso natural da VIDA, um marco de passagem para uma nova geração.
Silvia Pintor, Alessandra Berriel, Silene Zepter, Isabella Fiorentino, Elisabete de Paola, Paula Mott, Claudia Moliere, Lara Gerin, Ale Marques, Cris Ribeiro, entre outras. Mulheres que ilustravam constantemente a Revista Vogue Brasil muitas delas descobertas pelo olho clínico do histórico Editor da Vogue Brasil Giovanni Fasson que foi assistente de Regina Guerreiro e seguiu a percurso da maior Editora de Moda de todos os tempos no Brasil (a Dianne Vreeland tropical) em tempos que não existiam a velocidade e a organização que hoje passa despercebida por todos que trabalham no setor. Foram esses os nomes que elegeram as mulheres mais bonitas do Brasil dos anos 90. Depois vieram Syrley Mallman e Gisele Bündchen e tudo ficou mundial, as portas da moda internacional finalmente olhavam atentamente para o mercado de moda e as belezas das mulheres no Brasil.
Nos anos 80 lideravam Betty Prado, Gisele Zelaye, e ainda no grupo noventa Claudia Liz, Cassia Ávila, Seila, Luciana Curtis… legendas de um Brasil ingêneuo e confinado em fronteiras ainda à serem descobertas.

As divindades representadas pelo homem não tem idade, são TIMELESS, mas a verdade é que a sabedoria reside no passar do tempo.

 

ISABELA FIORENTINO

 

Esse desfile marca o trabalho conceitual carregado de arte, que me apresentou como art designer para a Europa. Diante das diversas expressões de moda na época, me sentia deslocado de certa forma subversivo, desejava criar reflexão, trazer uma contribuição pessoal que expressasse as repercussões psicológicas do meu drama privado, a perda gradativa de minha mãe para o câncer de mama.
Refletia sobre as intervenções médicas sobre o corpo de minha mãe, a perda de sua jovialidade, de sua beleza e potência diante da doença, por isso as ataduras fizeram parte dos looks, as cores preto e branco representaram a tênue linha que separa a vida da morte.
O desfile foi acima de tudo visceral e trouxe alma à minha marca, meu nome recheado de experiência vivida, trouxe um movimento de humanidade para além do produto moda.

Desconsruindo a negação da velhice , o trabalho promoveu uma conversa entre o divino e o humano, entre o profano e o sacralizado. Provocante, teve a intenção de fazer refletir, reunindo a emoção e a crítica num movimento único. O conteúdo para além da forma foi e continua sendo, a regra básica.

ANDREA AGOSTO

 

LARA GERIN

 

LARA GERIN

 
Sacra Sindone, ostentato da una donna – Replicas.
La cultura brasiliana mostra la ricca contraddizione nelle sue espressioni spirituali, il cattolicesimo e la macumba rivelano la divinità del mondano, il corpo rinnegato si configura come sacro.
Quando sono venuto in Europa per presentare il mio lavoro, ho incontrato una certa xenofobia e ho dovuto adattarmi. Amo l’Italia e rispetto la cultura cattolica. L’immagine di questo post non era o è una bestemmia, ma era semplicemente l’evocazione (o la riproduzione) spirituale della prima manifestazione al mondo di una “stampa digitale” di cui già cominciavo a interessarmi. Negli anni ’90 le stampe erano realizzate con la tecnica della serigrafia, la “stampa ad iniezione” era un sogno remoto (c’erano sublimazioni o stampe di xerox colorati su tessuti ma di scarsa qualità). E la sacra Sindone mi ha dato grande curiosità su come questa tecnica sarebbe stata concepita e come sarebbe stata conservata. È stato davvero un miracolo o erano già avanzati a Gerusalemme? Non c’erano registrazioni di questa tecnologia? Non era una provocazione, era un interrogatorio. Protezione, come una bandiera.
 

 

ELISABETA DE PAOLA

 
No fundo de cena, o Brasil experimentava certa estabilidade econômica decorrente do plano Real, após 10 anos do confisco que capturou as poupanças e investimentos dos cidadãos comuns, pelo governo Collor.
Nas artes o Brasil surgiu como expressão no cenário internacional do cinema com o filme “Central do Brasil”, ganhando o Festival de Cannes. Ano de expectativa pelo do BUG do milênio, ás porta dos anos 2000, Caetano Veloso com a canção “Sozinho” foi o artista mais tocado no Brasil da época, uma época, a arte se mostrou sempre presente como um oxigênio salvador.
A arte , para mim era antídoto para o veneno da superficialidade, um chamado para o significado , que na minha mente deveria acompanhar a moda como expressão do humano.

ISABELA FIORENTINO

 

ALESSANDRA BERRIEL

 

ALESSANDRA BERRIEL

 

CRIS RIEBIRO

 

SILENE ZEPTER

 


 
ALESSANDRA BERRIEL

 

ALESSANDRA BERRIEL

 

ALE MARQUES

 

SANDRA STEUER

 

 
 
 

Event “Casa dos Criadores” – in 1999 Sao PAulo, Brazil (at the time “Semana de Moda Alcântara Machado”) idealizada por André Hidalgo.
 
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